1.O INSTITUTO INTERELOS
O INSTITUTO INTERELOS é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de negócios e cadeias de valor socioambientais com foco na inclusão produtiva, geração de trabalho e renda com respeito ambiental, educação e fortalecimento comunitário. Atua com abordagem holística e integrada, combinando assistência técnica, gestão, qualificação, estudos e fortalecimento de governança, em territórios amazônicos e urbanos, por meio de parcerias com cooperativas, associações e instituições formadoras.
2. OBJETIVO DO TERMO DE REFERÊNCIA
Contratar um profissional para elaborar a análise de viabilidade técnica e operacional da instalação de uma batedeira comunitária de açaí na RESEX Verde Para Sempre, com recomendações completas para futura implantação.
3. ESCOPO DO TRABALHO
- Dimensionar o processo produtivo e a capacidade diária.
- Especificar equipamentos, utilidades e infraestrutura.
- Estimar Capex e Opex.
- Mapear fornecedores e prazos.
- Definir requisitos de qualidade e segurança de alimentos.
- Indicar licenças e adequações necessárias.
- Propor plano de implantação, manutenção e operação.
Escopo técnico da análise a ser realizada
A análise deve abordar, no mínimo, os seguintes itens:
- Equipamentos e utilidades necessárias: especificações, capacidades, lista de componentes, requisitos elétricos e hidráulicos, fornecedores, prazos, garantias e treinamento necessários para operação.
- Layout e engenharia: planta baixa e fluxograma; dimensionamento de áreas (recepção, lavagem, despolpa, envase, armazenamento, insumos, limpeza); ergonomia e segregação de áreas limpa e suja.
- Processo e capacidade: etapas, rendimentos, tempos de ciclo, gargalos e capacidade de produção por dia.
- Dimensionar e especificar as utilidades da unidade, apresentando memórias de cálculo, diagramas e listas de materiais:
- Energia
- Balanço de cargas (motores, bombas, iluminação, câmaras/freezers) com fator de simultaneidade, demanda instalada e demanda prevista.
- Solução principal (rede local ou gerador) e solução de backup (gerador e/ou fotovoltaico com baterias), com potência em kVA, banco de baterias e horas de autonomia.
- Plano de contingência para quedas de energia (procedimentos, prioridades de desligamento, partida automática do gerador).
- Proteções, aterramento e diagrama unifilar conforme boas práticas e NR-10[1].
- Água
- Fonte e estimativas de consumo por etapa (processo, limpeza, higiene), incluindo reservação mínima para operação contínua.
- Garantia de potabilidade: linha de tratamento proposta (pré-filtração, filtração e desinfecção), pontos de monitoramento e parâmetros a controlar (cloro livre, pH).
- Procedimentos de higienização e mapa dos pontos de consumo.
- Efluentes
- Separação de linhas (processo x sanitários) e estimativa de vazões/cargas.
- ETE simplificada: etapas, dimensionamento básico e operação.
- Destinação de lodos e pontos de amostragem, com referência aos requisitos legais aplicáveis.
- Cadeia fria
- Dimensionamento térmico de câmaras e freezers: carga térmica (produto, infiltração, pessoas, motores), temperaturas alvo, tempo de resfriamento/congelamento e consumo estimado.
- Especificação de equipamentos (capacidade, isolamento, portas) e verificação da autonomia térmica em falta de energia.
- Transporte refrigerado: capacidade necessária, caixas térmicas/gelo reciclável, tempo porta-a-porta e procedimentos de controle de temperatura.
- Energia
- Qualidade e segurança de alimentos: Boas Práticas de Fabricação e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), barreiras sanitárias do açaí (tratamento térmico; controle tempo/temperatura), rastreabilidade por lote, plano de análises e instrumentos mínimos.
- Embalagem, rotulagem e armazenamento: produtos, cadeia fria necessária, tempo de validade e controles.
- Licenças e conformidade: sanitária, ambiental, elétrica e incêndio; aderência ao Plano de Manejo e pactuação com ICMBio/associação local.
- Obras e instalações: terraplanagem, piso, drenagem, elétrica, iluminação, aterramento, ventilação, proteção contra incêndio e Estação de Tratamento de Efluentes.
- Pessoal, treinamento e SST (Segurança e Saúde no Trabalho): dimensionamento de equipe, matriz de competências, Procedimentos Operacionais Padrão (POP) por função, e EPIs.
- Manutenção e sobressalentes: plano preventivo, peças críticas e SLA de assistência.
- Modelagem técnica: Investimento necessário em equipamentos (Capex) e custos operacionais necessários (Opex)
- Análise de riscos e mitigação para energia, segurança alimentar, manutenção e pessoal.
- Plano de Implantação: cronograma detalhado por fases, marcos (instalação, comissionamento, partida assistida), responsabilidades, recursos necessários, lista de pré-requisitos, riscos e contingências, plano de testes e validação, e plano de treinamento inicial para colocar a batedeira em operação
Metodologia e forma de execução
- Levantamento de dados secundários e análise de referência.
- Planejamento de campo e protocolos de coleta de informação.
- Visita técnica de diagnóstico (medições, registros fotográficos, coleta de amostras de água quando aplicável).
- Entrevistas com lideranças locais, produtores e potenciais operadores.
- Contato com fornecedores, obtenção de fichas técnicas e cotações.
- Dimensionamentos e memórias de cálculo (processo, utilidades, cadeia fria, ETE).
- Elaboração dos POPs e do plano de qualidade (BPF/APPCC).
- Modelagem técnico-econômica (Capex e Opex).
- Oficina de validação local dos resultados e ajustes finais.
- Consolidação do relatório técnico.
Qualificações necessárias
Formação e registro (obrigatório)
- Graduação em Engenharia (preferencialmente Engenharia de Alimentos; aceitável Produção, Mecânica, Química, Elétrica ou Sanitária/Ambiental com experiência comprovada em processamento de alimentos).
- Registro ativo no CREA e disponibilidade para emissão de ART.
Experiência mínima (obrigatório)
- Pelo menos 5 anos em projetos de unidades de processamento de alimentos, com foco em polpas, bebidas ou produtos similares.
- Atuação comprovada em especificação de equipamentos, utilidades (energia, água, efluentes), cadeia fria e layout de planta.
- Elaboração de Capex/Opex, memórias de cálculo e fluxogramas de processo.
- Implantação de BPF e APPCC em operações de pequena ou média escala.
Conhecimentos técnicos (obrigatório)
- Dimensionamento elétrico básico e boas práticas conforme NR-10.
- Noções de NR-12 aplicadas a máquinas e equipamentos.
- Tratamento e garantia de potabilidade da água; noções de ETE simplificada.
- Embalagem, rotulagem, rastreabilidade e requisitos de vigilância sanitária.
Competências de campo (obrigatório)
- Capacidade de conduzir medições, entrevistas e oficinas técnicas com comunidade.
- Experiência em logística amazônica (deslocamentos fluviais) e trabalho em áreas remotas.
Disponibilidade (obrigatório)
- Viagens e permanência em campo conforme plano de trabalho.
- Contato direto com fornecedores para cotações e validações técnicas.
Diferenciais (desejável)
- Residência em municípios próximos à RESEX Verde Para Sempre.
- Experiência prévia com açaí ou polpas amazônicas.
- Portfólio com projetos similares entregues.
OS INTERESSADOS DEVEM ENVIAR MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE E CURRÍCULO ATÉ 14/11/2025 POR EMAIL PARA WAGNER.DONOFRIO@INTERELOS.ORG.BR
[1] Norma Regulamentadora “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”