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Mapeamento de açaizais impulsiona desenvolvimento na Resex Verde Para Sempre

Nova fase do Programa Interelos de Socioeconomia foca nas regiões de açaí para o desenvolvimento de manejo comunitário

Uma nova fase de desenvolvimento sustentável se desenha na Reserva Extrativista Verde Para Sempre, que abrange 82% do território de Porto de Moz, no Pará. Sob o olhar atento do Instituto Interelos, um programa está em andamento com o objetivo de mapear regiões de açaí na região, visando criar melhores oportunidades para a comunidade, além de preservar o meio ambiente.

Delimitada pelos rios Xingu e Amazonas, a reserva serve de lar para 37 comunidades e cerca de 13.000 habitantes e é um ecossistema vital para a região norte do Brasil, oferecendo uma variada gama de meios de subsistência para seus moradores, que vão desde a produção madeireira até a pesca e criação de animais. 

O Programa Interelos de Socioeconomia na Resex Verde Para Sempre vem trabalhando para fortalecer as cadeias de valor na região, fornecendo apoio técnico para o manejo sustentável dos recursos naturais, acesso a políticas públicas, fortalecimento das comunidades e regularização das terras.

À frente do mapeamento das regiões de açaí dentro da reserva, Jéssica Silva, engenheira florestal que vive em Belém, no Pará, empresta a sua experiência anterior na região do arquipélago do Marajó, proveniente do projeto Manejaí, para um programa que visa capacitar líderes comunitários e agentes locais em práticas de manejo e produção sustentável de açaí nativo.

Dentre os maiores desafios encontrados para a realização deste trabalho estão as dificuldades logísticas e tecnológicas para chegar até as sete comunidades abarcadas popularmente: Samaúma, Cuieras, Apepó, Apeí, Írapi, Ilha Grande e Batata. Apesar do prévio conhecimento sobre a prática do manejo de açaí, a falta de dados e informações dificulta metrificar a produtividade das áreas e consequentemente o diagnóstico do real potencial produtivo dos açaizais das comunidades. Por isso, o levantamento iniciado pelo Instituto Interelos com o apoio do Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz (CDS) é de fundamental importância para a região.

Além do levantamento acerca do potencial produtivo dos açaizais, as comunidades também recebem informações sobre a prática do manejo de mínimo impacto para açaizais nativos e capacitação em geotecnologia de mapeamento dos açaizais, uma forma de contribuir com informações e ajudar a equilibrar a produção de açaí e a manutenção da biodiversidade do ecossistema.

Jéssica nos conta que as comunidades que mais se desenvolveram na região nos últimos anos são as que possuem um plano de manejo comunitário bem definido. Mas a maioria das comunidades ainda anseia por projetos que melhorem não apenas a sua situação financeira, mas a infraestrutura da reserva como um todo, promovendo acesso a alimentos, água tratada e internet. 

O sentimento dos cooperados, no entanto, é de esperança: “Após explicar todo o projeto, eles ficam animados com a possibilidade de fazer um inventário florestal em seus açaizais, confiantes de que a produção de açaí no território vai se desenvolver. Dessa vez, o olhar deles é esperançoso, porque em ocasiões anteriores muitos projetos começaram e não terminaram.” 

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Foto de Jéssica Silva

A capacitação e escuta dos cooperados é a continuação de um estudo sobre as cadeias com maior potencial econômico e ambiental de desenvolvimento na Resex Verde Para Sempre, parte de um programa realizado pelo Instituto Interelos iniciado em 2021. Com a escolha dos comunitários de priorizar o desenvolvimento das cadeias do açaí e pescado, foram identificadas necessidades organizacionais, financeiras, tecnológicas e de comunicação. 

Esta iniciativa é baseada na convicção de que o desenvolvimento de cadeias produtivas deve acontecer em conjunto com investimentos ininterruptos em educação, único caminho para se atingir o desenvolvimento das comunidades a longo prazo. A Resex Verde Para Sempre oferece um cenário típico da região amazônica: tem potencial de prosperidade a ser explorado, mas convive com desafios imensos que impedem e adiam a melhora da qualidade de vida de seus habitantes. Ao explorar a viabilidade da cadeia de açaí, o Instituto Interelos procura aproveitar o mercado em crescimento, as matérias-primas abundantes, o ambiente propício para práticas sustentáveis, a localização estratégica, a presença de atores sociais experientes, as tecnologias de manejo e o interesse comunitário para trazer crescimento econômico sustentável para a região.

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