A cooperativa comunitária Amazonbai, com apoio do Instituto Interelos e de parceiros, inaugura, no Amapá, a 1ª fábrica do mundo de açaí certificado FSC.
Após oito anos de estudos e investimentos no sentido de estruturar de maneira sustentável a cadeia produtiva do açaí na Amazônia, com notório potencial de valor agregado no Brasil e no mundo, a Amazonbai – Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e Beira Amazonas, inaugura, no próximo dia 10 de dezembro, a sua primeira fábrica de processamento da polpa da fruta, um marco em sua história.
Trabalhando com os cooperados desde 2018, o Instituto Interelos também comemora essa vitória, já que através da parceria foi possível ajudar a construir o planejamento estratégico e logístico da cooperativa de maneira sistemática para que as operações da agroindústria pudessem iniciar ainda em 2021.
O trabalho cuidadoso e de longo prazo fez com que os cooperados desenvolvessem autonomia em todas as etapas de produção conquistando as certificações socioambientais FSC® – Forest Stewardship Council® de Manejo Florestal (FSC-C131371), Cadeia de Custódia (FSC-C143197) e de Serviços Ecossistêmicos, que comprovam o enorme cuidado socioambiental dos envolvidos com o manejo florestal responsável, a preservação do bioma amazônico e o desenvolvimento sustentável da região.
Mesmo tendo que lidar com os desafios impostos pela pandemia, o ano de 2021 foi bastante frutífero para a Amazonbai. Em fevereiro, os cooperados criaram um novo conselho administrativo e técnico para melhor atender aos dois territórios em que atuam e também redesenharam o modelo de gestão da cooperativa. Agora, com a inauguração da fábrica, as expectativas para essa safra são altas. A capacidade de produção é de duas toneladas de polpa de açaí por dia e cerca de 40 toneladas por mês. Já o escoamento da produção, a princípio, será destinado aos pontos de venda localizados na região Sudeste, mas o desejo dos cooperados é que a distribuição se expanda para outras regiões e, em breve, também para o exterior. A última regularização que faltava foi adquirida recentemente, após inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Para que tudo ocorra como planejado, é preciso continuar acompanhando as operações de perto. Renata Barros, consultora do Interelos, relata que o envolvimento de profissionais diversos contribuem para que as operações da cadeia aconteçam de forma mais assertiva, garantindo que a logística da safra e a operação industrial funcionem como o esperado. Ela acrescenta ainda que a quase totalidade dos funcionários da fábrica vêm da base cooperada da Amazonbai, pessoas formados e capacitadas no curso de tecnólogo de alimentos oferecido nos territórios.
São muitas cabeças pensando em soluções eficientes. “Ainda há muito trabalho a ser feito, mas este dia ficará marcado na história dessas famílias e desses produtores. Um trabalho em conjunto é sempre uma vitória de todos e para todos,” diz Renata, que continuará na região assistindo aos primeiros meses da operação da fábrica, que promete ser um grande passo na emancipação dessas comunidades e contribuir para a ampliação da produção socioambiental correta do açaí, esse fruto brasileiro que caiu no gosto do mundo.