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Dados coletados na Resex Verde Para Sempre são base para desenvolvimento comunitário

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A Reserva Extrativista Verde Para Sempre, em Porto de Moz, no Pará, recebeu mais uma vez a equipe do Instituto Interelos, que passou 15 dias em campo para analisar os dados da linha de base do Protocolo de Negócios e Desenvolvimento Comunitário (PNDC) do açaí na área de transição, além de realizar o treinamento e início do campo para a coleta da linha de base do Protocolo do pescado, na área de várzea. 

Enquanto o Protocolo serve para construir acordos e um plano de desenvolvimento baseado em cadeias produtivas sustentáveis e promissoras, a construção de uma linha de base com dados sociais, econômicos e ambientais das comunidades envolvidas revela informações cruciais para entender mais a fundo a realidade local, assegurando estratégias de desenvolvimento fundamentadas em dados e alinhadas com a realidade e necessidades das famílias. 

O trabalho de catalogar e metrificar esses dados não é apenas uma tarefa de rotina, é um instrumento que nos permite medir a mudança real no território. Quando nosso time se desloca para a Resex com o propósito de realizar este trabalho, não é apenas para preencher planilhas, mas sim para favorecer o sucesso do projeto no longo prazo. Afinal, são esses dados que identificam as reais necessidades da comunidade, assim como suas potencialidades e gargalos, gerando a tomada de decisões mais acertadas e representativas.  

Esta iniciativa é fundamental para aferir a real eficiência em termos de alcançar a conciliação entre os ideais de conservação e desenvolvimento. Apesar do contínuo aporte de recursos e esforços neste sentido ao longo de décadas, avaliações sistemáticas e baseadas em dados apontam que a expectativa de ganho mútuo nem sempre é apoiada por evidências, sendo comum que melhores resultados ambientais impliquem em menores avanços socioeconômicos e vice-versa.” diz Mayte Benicio Rizek, coordenadora do componente de Estudos e Avaliação Territorial do Interelos.  


Mayte Rizek em campo durante uma das oficinas.

Realizada através de visitas domiciliares e o uso de aplicativos móveis, a construção de uma linha de base aborda informações sobre a composição familiar, educação e organização social, aspectos ambientais, atividades produtivas, fontes de renda, uso da terra e aspectos sociais, de serviços públicos e de infraestrutura habitacional. Além de subsidiar tomadas de decisão, identificar gargalos e oportunidades e apoiar a mensuração de impactos efetivamente alcançados, a contratação e formação de entrevistadores locais contribui para a retenção do conhecimento gerado e favorece a formação de lideranças locais. 

Além de gerar oportunidades de renda e empoderamento para comunitários da Resex, a utilização de entrevistadores locais é essencial para considerar os conhecimentos locais no planejamento logístico e na adequação das perguntas, facilitando a compreensão e incentivando a participação na iniciativa.

Mayte Benício Rizek

É uma iniciativa muito importante para a gente que lida com grandes desafios ambientais e temos poucas oportunidades de renda e de aprendizado aplicado à nossa realidade do dia a dia”, diz entrevistado da linha de base do Protocolo do Pescado. 

A coleta de dados do Protocolo do açaí ocorreu em outubro de 2023 e abrangeu 62 famílias de seis comunidades ao longo do Rio Jaurucu, fornecendo importantes subsídios para os acordos firmados e a organização de uma cooperativa.

As informações da linha de base do Protocolo do Pescado estão sendo coletadas em junho de 2024 e tem como alvo 79 famílias distribuídas em oito comunidades na área de várzea da Resex. Além de subsidiar a elaboração dos acordos da 3ª oficina do Protocolo do pescado, os resultados da linha de base fornecerão informações relevantes para as ações de captação e licenciamento de um tanque escola para a criação de tambaqui.

De acordo com um dos extrativistas entrevistados na Comunidade Nova Jerusalém, “é uma iniciativa muito importante para a gente que lida com grandes desafios ambientais e temos poucas oportunidades de renda e de aprendizado aplicado à nossa realidade do dia a dia”.   

No fim, a elaboração da linha de base gera um relatório com os dados sistematizados por comunidade, subsidiando não apenas um plano de ação com estratégias de desenvolvimento de cadeia de valor, mas também gera informações valiosas para iniciativas ligadas à educação e o atendimento de demandas ligadas aos direitos humanos e ao acesso às políticas públicas. Este relatório é uma ferramenta fundamental para orientar futuras ações e garantir que nossas iniciativas sejam alinhadas às necessidades e potencialidades das comunidades da Resex Verde Para Sempre. 

Fotos: Mayte Benicio Rizek

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