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Açaí e pescado são as apostas para o futuro na Resex Verde Para Sempre

Resex Verde Para Sempre

Estudo técnico de longo prazo define cadeias de valor alternativas a atividade madeireira na região amazônica

A expansão de atividades econômicas sustentáveis na Resex Verde Para Sempre (RVPS) é tema de estudo que vem sendo desenvolvido pela equipe socioambiental do Instituto Interelos. A maior Reserva Extrativista do Brasil fica no município de Porto de Moz, no Pará, e já foi palco de grandes conflitos entre a comunidade local e madeireiros. Mesmo com a pressão de movimentos e organizações ambientais, ainda hoje a região sofre com a expansão do desmatamento ilegal. Segundo o SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), em janeiro de 2022 houve um aumento de 33% de desmatamento na Amazônia Legal em relação a janeiro do ano passado, são 261 quilômetros de floresta degradada. 

Com o intuito de criar alternativas rentáveis para as comunidades locais, o estudo chega a sua fase final após diversas visitas ao território, sempre marcadas por debates e diálogos entre os atores locais e atuantes no território, membros do Conselho de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Resex e os técnicos socioambientais do Interelos. Após o levantamento de dados preliminares e mapeamento das potencialidades locais ao longo de 2021, foram realizados em janeiro deste ano dois encontros na sede do CDS, em Porto de Moz, onde foram apresentados estudos de mercado sobre cinco cadeias produtivas com potencial de exploração na Resex: açaí, pescado, castanha, madeira certificada e óleos vegetais (Andiroba e Pracaxi), bem como realizadas dinâmicas em grupo para seleção de duas cadeias produtivas para desenvolvimento dos respectivos planos de negócios. 

Foto: LEDTAM

Nesses encontros, os membros do CDS e comunitários, com o suporte técnico do Instituto Interelos, elegeram as cadeias do pescado e açaí para aprofundamento e desenvolvimento dos planos de negócio. Também receberam orientações iniciais sobre as etapas que envolvem o processo de desenvolvimento das duas cadeias produtivas, estimativas de custos, atores envolvidos, investimentos necessários, entre outras informações fundamentais.

Com a resolutiva em mente, a equipe do instituto fez uma atividade de imersão entre os dias 08 e 11 de fevereiro, em São Paulo, onde os profissionais se reuniram para sistematizar os dados coletados ao longo do desenvolvimento do projeto e elaborar em conjunto o relatório final juntamente com os planos de negócio das cadeias do açaí e pescado.

Daniella Rabello, consultora socioambiental do instituto Interelos, acredita que esse tipo de encontro fortalece a metodologia de trabalho do instituto e parabeniza a iniciativa, concluindo que “seus benefícios vão além daqueles a que se propõe a resolver, trazendo uma oxigenação e produtividade que só se encontra no trabalho presencial em equipe.” 

A conclusão desta etapa marca o início de um novo momento na Resex Verde Para Sempre, caracterizado por uma proposta de continuidade do projeto, que inclui orçamento detalhado e plano de ação estratégica para promover o desenvolvimento dessas duas cadeias produtivas citadas. Essa proposta visa implementar processos produtivos de menor impacto ambiental e, o mais importante, engajar as comunidades em um trabalho conjunto de longo prazo.

Foto: Divulgação

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